
Após recuar sobre a extinção automática do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para cassar o cargo da parlamentar.
Nessa semana, Motta havia informado que o processo seria automático e seguiria o rito regimental para declarar a extinção do mandato, sem necessidade de votação em plenário. No entanto, mudou o discurso no dia seguinte e anunciou que haverá uma votação no plenário para decidir o caso.
Zambelli terá um prazo de até cinco sessões da comissão para apresentar sua defesa. Em até mais cinco sessões, o colegiado deve concluir a análise do caso. Independentemente do resultado, a análise final ficará por conta do plenário da Câmara dos Deputados — onde são necessários os votos de 257 deputados para confirmar a perda de mandato.
Nesta quinta-feira (12/6), Hugo Motta informou ao STF que bloqueou as verbas para o gabinete da deputada. A suspensão havia sido ordenada na semana ada pelo ministro Alexandre de Moraes, após a Corte determinar a condenação definitiva da parlamentar e o cumprimento da pena. Os ministros rejeitaram o recurso da defesa da parlamentar e votaram para que seja reconhecido o trânsito em julgado da ação.
Condenação
Carla Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Os integrantes do colegiado definiram 10 anos de prisão para a parlamentar, além da cassação, inelegibilidade e pagamento de multa de R$ 2 milhões.
Ela fugiu para a Itália depois da condenação. O governo italiano deve iniciar, nesta quinta-feira (12/6), a análise do pedido de extradição. O documento foi entregue pelo embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, nesta manhã, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália.
- Leia também: Caso Zambelli: cerco fechado também na Câmara
O ministro Alexandre de Moraes formalizou ontem (11) pedido de extradição da parlamentar. O documento foi encaminhado com rapidez pelo Ministério da Justiça ao Itamaraty. Zambelli está foragida e teve o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. Os dados dela estão disponíveis para as polícias dos 196 países-membros da organização.
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