Caso Zambelli

Itália inicia análise do pedido de extradição de Carla Zambelli

Embaixador do Brasil na Itália entregou documento a órgão responsável por avaliar o caso da parlamentar foragida. Governo italiano julgará solicitação em ao menos duas instâncias

O ministro Moraes formalizou ontem (11/6) o pedido de extradição da parlamentar, que teve o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol
 -  (crédito:  Reprodução/ @carla.zambelli)
O ministro Moraes formalizou ontem (11/6) o pedido de extradição da parlamentar, que teve o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol - (crédito: Reprodução/ @carla.zambelli)

O governo italiano iniciará, nesta quinta-feira (12/6), a análise do pedido de extradição da deputada federal foragida Carla Zambelli (PL-SP). O documento foi entregue pelo embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, nesta manhã, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália. A informação foi adiantada pela CNN e confirmada pelo Correio.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), formalizou, ontem, o pedido de extradição da parlamentar, que teve o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. O documento foi encaminhado com rapidez pelo Ministério da Justiça ao Itamaraty.

Zambelli, que afirmou estar na Itália, foi condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além do ofício encaminhado à Justiça, o magistrado também encaminhou a comunicação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a suspensão dos direitos políticos, e o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR) para execução da pena de multa.

A Itália julgará a solicitação em ao menos duas instâncias. A deputada tem nacionalidade italiana, mas isso não impede a extradição. Brasil e Itália possuem acordo bilateral para esses casos. No entanto, a análise do caso deve cumprir um trâmite processual.

Condenação

Carla Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma da Corte pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Os integrantes do colegiado definiram 10 anos de prisão para a parlamentar, além da cassação, inelegibilidade e pagamento de multa de R$ 2 milhões.

Segundo a investigação da Polícia Federal, a deputada e o hacker Walter Delgatti Netto teriam invadido seis sistemas do Judiciário por 13 vezes. Eles inseriram 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes e ordens para quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens do magistrado.

A parlamentar é acusada de ser a mandante das ações criminosas. O objetivo era desacreditar o processo eleitoral brasileiro e colocar a opinião pública contra as instituições democráticas.

Fuga para a Itália

No início do mês, Carla Zambelli anunciou que estava nos Estados Unidos e seguiria para a Itália, onde seria “intocável” por ter cidadania. De acordo com a Polícia Federal, ela saiu pela fronteira terrestre com a Argentina em 25 de maio, por meio de Foz do Iguaçu (PR).

Segundo especialistas, porém, o aporte europeu não impede uma possível extradição da parlamentar — processo oficial pelo qual um Estado solicita e obtém a entrega de uma pessoa condenada ou suspeita de cometer um crime.

Após saída do Brasil, parlamentar teve pedido de prisão determinado por Moraes nesta semana por fugir do país depois da condenação pela Suprema Corte, além do nome incluído na lista da Interpol. Os dados dela estão disponíveis para as polícias dos 196 países-membros da organização. Ela afirmou que irá se entregar.

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postado em 12/06/2025 11:31 / atualizado em 12/06/2025 11:31
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