
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) criticou nesta sexta-feira (13/6) a suposta tentativa de obtenção de um aporte português para Mauro Cid e a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, acusado de participar do plano. Em publicação no X (antigo Twitter), a parlamentar disse que o episódio revela mais uma estratégia do bolsonarismo para tentar escapar da Justiça.
Ela alertou ainda para possíveis riscos à integridade física do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que é um dos principais delatores do esquema investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na postagem, ela mencionou Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e ligado ao "Escritório do Crime", morto em 2020 em circunstâncias controversas durante operação policial na Bahia, e aproveitou para alertar Mauro Cid sobre o risco dele ser assassinado.
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“Preso Gilson Machado, ex-ministro e puxa-saco de Bolsonaro, tentou fazer um aporte português para Cid fugir. O Cid que se cuide. Como delator que mostra a corrupção e plano de golpe, se cair numa armadilha de bolsonaristas pra fugir, pode virar arquivo morto. Lembram o Adriano da Nóbrega?”, escreveu a deputada.
Trama golpista
O tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro, tornou-se peça-chave das investigações de uma tentativa de golpe de Estado ao firmar acordo de delação premiada. Ele forneceu à Polícia Federal (PF) informações sobre planos golpistas, articulações com militares e tentativas de manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.
Hoje, a PF prendeu Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Embratur, sob suspeita de envolvimento na tentativa de obtenção de cidadania portuguesa para Mauro Cid. A operação mira um suposto esquema para viabilizar a saída ilegal do delator do país, possivelmente antes de um agravamento de sua situação jurídica. A estratégia, segundo a PF, envolvia documentos oficiais e articulações no exterior.
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